Com tecnologia própria, a fintech oferece agilidade e desburocratização de crédito a microempreendedores de estética e beleza
O último ano tem apresentado desafios às microempresas e MEIs do setor de estética e beleza, que viram suas fontes secarem por causa das medidas para lidar com a pandemia. A falta de capital no caixa tem feito com que muitos empreendedores busquem crédito. No entanto, essa nem sempre é uma opção fácil para muitos empresários, que esbarram em burocracia para ter o empréstimo aprovado.
Dentro dessa realidade, a FinMatch, fintech que oferece crédito pessoal para microempresários e microempreendedores individuais (MEIs) dedicados à beleza e estética, viu os números de pedidos de crédito crescer quase 15 vezes ao esperado para os primeiros meses de operação. Em dois meses foram 7 mil solicitações pelo site, somando R$47 milhões em crédito “Nós esperávamos por volta de 500 solicitações durante esse período e talvez um pouco mais de R$300 mil em crédito” analisa Plinio de Andrade, fundador e CEO da startup.
A empresa credita esse número ao fato de não existir outra fintech de crédito especializada para nesse segmento “Não tem ninguém olhando para clínicas de estética quando falamos de crédito. Esses profissionais estão sofrendo há muito tempo com a redução de caixa e o fechamento dos estabelecimentos. Quando voltarem às atividades, eles precisam de dinheiro para renovar estoque, fazer reformas, ampliação, ou até mesmo colocar as contas em dia” complementa. Segundo dados da empresa, cerca de 70% das solicitações têm como objetivo gerar capital de giro.
Foco de atender mais de 13 mil empresas em 2021
Para dar suporte a essa demanda, a startup recebeu um investimento anjo de R$250 mil. O valor está sendo utilizado para melhorias na plataforma e complemento do capital já existente para ser emprestado aos clientes.
Em 2021, a FinMatch quer focar em adquirir mais capital e já no primeiro semestre prevê iniciar uma rodada de investimento pre-seed e no final do ano uma outra de seed “Nós pretendemos até o final do ano atender mais de 13 mil empresas e ter distribuído R$7 milhões em crédito” pontua Plínio.
Vale ressaltar que a FinMatch atende a quem tem crédito negativado e também não restringiu o setor da empresa para solicitar crédito, “Qualquer microempresa pode fazer seu pedido. Porém inicialmente, nós estamos dando atenção ao ramo de estética e beleza. Porque é o setor que nós conhecemos. E também por uma limitação de caixa”.
Os valores para pedidos de empréstimo são de R$ 500 e 3.000,00, que podem ser parcelados entre 3 e 36 meses.
O futuro do mercado
A escolha do segmento de estética e beleza foi estratégica. Atualmente existem mais de 500 mil empresas formais nesse ramo no Brasil. Somando os negócios informais, esse número sobe 48%, segundo dados da pesquisa realizada pela Euromonitor em 2019.
“São quase um milhão de empresas na área. É um mercado muito promissor, que gera R$100 bilhões ao ano, com crescimento previsto de 4.5% em 2021. Em 2019 abriram 7 mil salões novos por mês. Mesmo do auge da pandemia, ainda pinga algo, mas não seca. 66% da população acredita que cuidados estéticos é uma necessidade e não um luxo” considera Plínio.
A FinMatch visa atingir meio por cento desse mercado nos primeiros anos de operação, chegando a 6% em 5 anos.
Simplificação de crédito
Fundada sob dois pilares, tecnologia e desburocratização, a FinMatch oferece a obtenção de crédito de maneira simplificada e possui três linhas de serviço.
O primeiro é o oferecimento de crédito para clínicas de estética, barbearias e salões de beleza etc. com tecnologia própria para análise de risco de crédito “Nós não utilizamos motor de mercado. Desenvolvemos o nosso baseado em algoritmos inteligentes, usando as ferramentas avançadas de score de crédito, com base em análise estatística e machine learning”.
O segundo produto, em desenvolvimento, é a assessoria do negócio para solicitações acima de R$3000. A FinMatch pretende utilizar a longa experiência dos fundadores, Plinio de Andrade e Fabiano Sandaniel, para prover o acesso ideal de crédito aos clientes “Isso não existe no mercado, para MEIs e microempresas só estão disponíveis softwares de gestão, mas muitas vezes o microempreendedor precisa de algo além, como mapeamento do seu negócio” explica Andrade.
O terceiro produto são conteúdos educativos que serão oferecidos aos clientes para a capacitação financeira e administrativa. “O microempreendedor terá a possibilidade de melhorar ou adquirir novos conhecimentos para a gestão de seu negócio”.
Para os requisitos mínimos, o solicitante precisa ser MEI ou microempresa com pelo menos 6 meses de existência, CNPJ ativo, CPF regular, ser maior de 18 anos e ter conta bancária no nome da empresa.
Outro diferencial da startup é o giveback de recompensa, que destina 1% do valor de cada parcela mensal, paga em dia pelos clientes, para instituições beneficentes e de ajuda humanitária. “A instituição escolhida foi o Médico Sem Fronteiras. Nós não pedimos garantia para os empréstimos, apenas que os clientes paguem em dia. O resultado foi positivo.” finaliza Plínio.