O rejuvenescimento facial vem passando por uma verdadeira transformação. Se antes o efeito lifting era quase sinônimo de bisturi, hoje tecnologias avançadas e técnicas de aplicação mais precisas permitem alcançar resultados semelhantes sem cortes, afastamento das atividades ou longos períodos de recuperação. No Brasil, protocolos que combinam ultrassom micro e macrofocado, preenchedores de alta performance e lasers fracionados vêm conquistando espaço tanto entre pacientes que buscam sutileza e naturalidade quanto entre profissionais que desejam ampliar seu portfólio com soluções de alto valor agregado.
Para entender melhor como essa evolução vem moldando o mercado e quais são as perspectivas para os próximos anos, conversamos com a Dra. Juliana Vinciarelli, cirurgiã-dentista e especialista em harmonização orofacial.
A procura por resultados rápidos e naturais
Nos últimos anos, como evoluíram a procura e as técnicas para tratamentos com “efeito lifting sem bisturi” no Brasil?
Dra. Juliana:
Com mais de 15 anos de experiência, observo um aumento expressivo na busca por procedimentos sem tempo de recuperação, chamado downtime. A rotina intensa e a falta de disponibilidade para afastamento pós-cirúrgico levam os pacientes a preferirem tecnologias e injetáveis que promovem lifting facial de forma discreta e natural, sem afastar do trabalho ou da vida social. Hoje, a combinação de tecnologias, injetáveis e regeneração celular permite resultados elegantes, preservando a identidade do paciente e gerenciando o envelhecimento sem transformações radicais.
O papel das novas tecnologias
Evolução tecnológica nesse cenário
Dra. Juliana:
Nos últimos anos, surgiram equipamentos eficazes e confortáveis. O Ultraformer MPT, por exemplo, age de forma rápida e praticamente indolor. Diferente da cirurgia, que corrige o excesso de pele, as tecnologias e os biorremodeladores teciduais, como o Profhilo, entregam qualidade da pele — inclusive em pacientes que já optaram por lifting cirúrgico.
Quais inovações tecnológicas foram mais determinantes para alcançar resultados próximos ao lifting cirúrgico?
Dra. Juliana:
O Ultraformer MPT é hoje o principal recurso na minha prática. Ele atua em múltiplas camadas, permitindo queimar gordura localizada — como em papada ou bochechas volumosas, o que chamamos de heavy face — e estimular o SMAS, camada de sustentação da face. Seu modo micro pulsado pode gerar até 417 pontos de coagulação por disparo, proporcionando compactação de gordura, retração tecidual e melhora da pele, tudo sem cortes ou agulhas. O calor gerado induz um processo inflamatório controlado, responsável pelo efeito lifting e pela melhora da firmeza.
Protocolos individualizados e manutenção
Como definir a combinação ideal de tecnologias para cada paciente e evitar exageros?
Dra. Juliana:
O protocolo é totalmente individualizado. Avaliamos o biotipo facial, o estágio de envelhecimento e a queixa principal para assim, desenhar uma linha de tratamento junto com o paciente. Precisamos entender se estamos lidando com um rosto mais volumoso, que demanda redução de gordura, ou mais fino, em que é preciso retração tecidual porque a pele está mais flácida. É essencial ajustar dose, ponteira e energia de acordo com o caso, evitando excessos e garantindo resultados harmônicos.
A manutenção periódica pode reduzir a necessidade de cirurgias no futuro?
Dra. Juliana:
Sim. A cirurgia plástica não é definitiva e, quando realizada cedo demais, pode gerar cicatrizes desnecessárias. Com o envelhecimento, há uma reabsorção dos tecidos e o volume da face migra para o centro, causando queixas como o bigode chinês e as linhas de marionete. Manutenções periódicas com tecnologias que mantêm o contorno e o lifting facial permitem adiar, ou até evitar, a intervenção cirúrgica. Esse acompanhamento preserva o olhar aberto, a firmeza e o equilíbrio facial ao longo dos anos.
“A manutenção periódica com tecnologias que preservam o contorno facial permite adiar — ou até evitar — a cirurgia.”
– Dra. Juliana Vinciarelli
O futuro da estética não invasiva
Quais tendências ou tecnologias você vê despontando para potencializar ainda mais esses protocolos?
Dra. Juliana:
O futuro está na associação de tecnologias complementares. O Ultraformer MPT atua em profundidade; lasers, como Lavieen e CO2, refinam a superfície da pele; e a radiofrequência trata camadas intermediárias, além de promover a permeação, abrindo microcanais na pele que permitem a aplicação de ativos que potencializam os resultados do tratamento, como o biorremodelador Profhilo. Essa combinação potencializa resultados e prolonga o intervalo até uma cirurgia.
Os protocolos de lifting sem bisturi já não são mais apenas uma tendência passageira: eles representam uma mudança estrutural na forma como pacientes encaram o envelhecimento e como clínicas se posicionam no mercado. O desejo por naturalidade, associado à praticidade e ao acesso a tecnologias de ponta, cria um novo paradigma em rejuvenescimento. Para clínicas e profissionais, acompanhar essa evolução é não apenas uma questão de atualização técnica, mas também uma estratégia essencial de competitividade e crescimento.