IPO da franquia mostra que investidores brasileiros estão desejando ativos fora dos setores tradicionais
A Espaçolaser estreou na B3 na última segunda-feira, dia 1º de fevereiro, com fortes ganhos e chamou a atenção do mercado. A rede de franquias de depilação – que tem o código ESPA3 – precificou sua ação a R$ 17,90. Seus ativos subiram 17,21 e ela levou R$ 2,64 bilhões no primeiro dia.
Na última quarta-feira, 3 de fevereiro, os papéis encerram o dia negociados a R$ 21,40. As informações foram publicadas nos portais de notícias Infomoney e Exame.
O IPO da companhia mostra como os investidores brasileiros têm desejado ativos fora dos setores tradicionais que reinavam na bolsa, até então, como bancos e commodities.
Mercado
O grande atrativo da rede é sua liderança em um setor enorme e pouco consolidado no Brasil. No prospecto apresentado ao mercado, a Espaçolaser afirma que 69 milhões de pessoas no Brasil são adeptas de alguma forma de depilação.
Apesar do mercado grande, a depilação a laser é a escolhida por apenas 3,4 milhões de brasileiros. A companhia acredita que nos próximos anos, com a popularização da técnica e estruturas de financiamento ao consumidor, a tendência é que a penetração da depilação a laser aumente.
A Espaçolaser tem 554 unidades espalhadas pelo Brasil, das quais 34% são franquias. Até setembro de 2020, último período com dados divulgados, a rede havia faturado R$ 952 milhões. Apesar disso, a operação teve prejuízo líquido ajustado de R$ 71,4 milhões, enquanto no mesmo período do ano anterior teve lucro de R$ 97 milhões de reais, segundo dados publicados no portal da revista Exame.
A queda, segundo a companhia, foi causada pela pandemia de coronavírus, que obrigou as unidades a fecharem por alguns meses. A expectativa é que com o abrandamento das medidas de isolamento social a companhia volte aos patamares anteriores de receita.
Expansão
Enquanto isso, os planos são expandir os negócios. Dos R$ 2,64 bilhões levantados no IPO, R$ 1,2 bilhão serão usados pela companhia para financiar sua expansão territorial e comprar dez sociedades franqueadas que gerenciam 78 unidades da rede.
A empresa aposta que sua liderança de mercado a ajude a consolidar o setor no Brasil. Os outros R$ 1,44 bilhão levantados na abertura de capital foram usados para dar saída para os fundadores Ygor Moura, Paulo Iasz e Tito Veiga, além do fundo Magnólia FIP e da holding SMZXP (de José Carlos Semenzato e Xuxa Meneghel).