Procedimentos estéticos pós-pandemia: o que vai mudar? Saiba as 5 maiores tendências

Acostumadas à vida sem maquiagem e às selfies mais reais durante a quarentena, pessoas devem buscar resultados mais naturais e que proporcionem bem-estar. Além disso, procedimentos precisam ser menos doloridos e com menor tempo de recuperação

 

Os procedimentos estéticos (cirúrgicos, injetáveis ou tecnológicos) já há algum tempo são altamente influenciados pelas demandas da sociedade digital. E à medida que a crise do Coronavírus também tem seus impactos no mercado de beleza, a promoção do bem-estar e da positividade tornou-se cada vez mais importante nesse nicho, segundo projeções da Mintel. “As pessoas experimentam na quarentena um grande boom de informações para promoção do autocuidado, que diz respeito não só à saúde para se proteger do vírus, mas é estendido aos cuidados com o bem-estar físico e psicológico. Ao mesmo tempo, elas estão a todo momento com o celular na mão, ligadas nas redes sociais e sendo influenciadas por um movimento importante que preconiza o empoderamento, amor ao próprio corpo, fotos mais naturais e rotinas de autocuidado. Tudo isso com certeza impactará nos procedimentos estéticos pós-pandemia”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e médico referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, o número de procedimentos injetáveis e minimamente invasivos já vinha crescendo muito, quase 200% desde 2000, e não indicação de desaceleração. Baseado nisso, além do dermatologista, consultamos o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), para entender melhor as principais tendências em procedimentos estéticos em um mundo pós-pandemia. Veja abaixo:

As tecnologias terão papel de destaque

Além das famosos lasers, radiofrequências e ultrassons, o paciente estará de olho em novas tecnologias que possibilitem o tratamento Pró-aging de rugas e flacidez, com resultados menos artificiais, mas que ao mesmo tempo valorizem o bem-estar e autocuidado. A principal – e mais diferente – tecnologia dos últimos anos para esse fim é o plasma de baixa temperatura Surgical Derm. Indicado para rugas profundas, principalmente ao redor da boca e no pescoço, além de fazer o tratamento das sobrancelhas (blefaroplasma), Surgical Derm é um plasma endodérmico que penetra na pele através de pequenos orifícios chegando até a derme e promovendo contração. “Uma sessão do plasma traz mais resultado que 4 sessões de laser CO2, que é um procedimento extremamente dolorido. Ele é um plasma que faz a sublimação (passagem direta de uma substância do estado sólido para o estado gasoso) da pele, que não carboniza: isso é o grande diferencial. Existem outros plasmas, usados por esteticistas, que carbonizam, furam e queimam a pele. O Surgical Derm é um plasma frio que entra na pele com um orifício muito fino e se espalha na derme”, afirma o médico. Com isso, há uma grande contração da pele, que reduz de forma eficaz a flacidez e rugas com resultado percebido já na primeira sessão.

Rapidez da sessão torna injetáveis muito mais atrativos

“Essa é realmente a era de procedimentos estéticos médicos minimamente invasivos”, diz o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo. “Acho que não é apenas por causa do baixo tempo de inatividade, menor custo e por ser um tratamento não tão invasivo, mas também porque há menor estigma e menor barreira à entrada”, completa o médico. E há outro motivo que faz dele um procedimento muito mais aceitável: o tempo da sessão. Como as pessoas ainda vão querer passar pouco tempo fora de casa, para evitar o risco de contágio, procedimentos como injetáveis e lasers rápidos que podem ser feitos na hora do almoço terão vantagem. Além disso, os injetáveis têm geralmente efeitos imediatamente visíveis e tempo de inatividade limitado, qualidades que contribuem para sua inclusão e confidencialidade. Toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores de colágeno tornaram-se tão comuns que, de acordo com a pesquisa anual da Academia Americana de Cirurgia Plástica Facial e Reconstrutiva (AAFPRS), quatro quintos de todos os tratamentos realizados pelos cirurgiões plásticos faciais em 2018 eram cosméticos e não-cirúrgicos, graças aos resultados sutis, mas perceptíveis, e custo relativamente razoável.

Pacientes buscam resultados cada vez mais naturais

Aprimoramentos desproporcionais nos seios, lábios cheios demais e procedimentos cosméticos exagerados são todas as tendências que já estavam saindo de moda e agora são completamente fora de questão, com o advento da naturalidade e o preferencial cuidado com a saúde. “Agora, uma cirurgia plástica ou procedimento injetável bem-sucedido não deve mais ser óbvio. Cada vez mais, os pacientes querem manter sua estrutura geral da face, traços familiares herdados e geralmente querem se parecer com eles mesmos, mas com alguns ajustes refinados”, afirma o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo. Definitivamente, não é como há 10 anos quando as pessoas entregavam uma capa de revista ao cirurgião querendo parecer mais uma supermodelo que não tinha nada a ver com suas vidas. “Agora, as pessoas querem se parecer mais com suas próprias fotos filtradas ou com uma versão do Photoshop delas mesmas. O isolamento tende a acentuar isso. E, recentemente, as pessoas estão muito empolgadas com as pequenas micro-otimizações que as fazem se sentir um pouco mais confiantes, mas não são completamente óbvias aos olhos dos outros”, acrescenta o médico Dr. Mário. “Acho que o aumento dos seios continuará a ser popular, mas com implantes menores, com formas mais naturais ou posicionados. O enxerto de gordura continuará sendo popular até o próximo ano, mas mais para contornos e ajustes, em vez de mudanças grandes”.

Pacientes estão de olho no nível de dor e no inchaço pós-procedimento

Não há dúvida que o isolamento social colocou em evidência a saúde mental das pessoas, que estão confinadas em casa há algum tempo esperando por dias melhores. Nesse sentido, outra tendência é de procedimentos, cirúrgicos ou menos invasivos, com menor tempo de recuperação, que diminuam o inchaço e que causem menos dor – mesmo que isso signifique mais sessões. O clássico ultrassom micro e macrofocado, por exemplo, já evoluiu: agora o Ultrassom 3D Solon permite ajustar exatamente a profundidade onde o aparelho vai agir e o tamanho do dano térmico. Com isso, o tratamento é menos dolorido e reduz flacidez de maneira poderosa. “Do ponto de vista clínico, o tratamento é menos dolorido e muito mais homogêneo. Ele estimula mais colágeno e traz resultados na hora. O paciente pode imediatamente voltar às atividades de rotina”, afirma o dermatologista Dr. Abdo. Além da tecnologia, as cirurgias também evoluíram nesse sentido. O grande destaque é a rinoplastia preservadora, nova técnica cirúrgica que traz excelentes resultados de forma menos invasiva, com menos inchaço e hematomas, além de tempo de recuperação reduzido. “A rinoplastia preservadora tem como objetivo corrigir problemas estéticos e funcionais do nariz de maneira menos agressiva que a rinoplastia estruturada, técnica tradicional que, apesar de trazer bons resultados a longo prazo, exige longo período de recuperação e causa dificuldades caso seja necessária uma segunda intervenção”, explica o Dr. Mário Farinazzo, que trouxe a técnica de maneira pioneira ao Brasil. “Na rinoplastia preservadora há também menos chances de ocorrerem complicações e, caso seja necessária uma nova intervenção no nariz, a cirurgia é mais simples. Por esses motivos, a técnica é principalmente indicada para pacientes que vão realizar a rinoplastia pela primeira vez”, destaca.

Tratamentos preventivos serão grandes

Já que está cada vez mais em voga a ideia do resultado natural, e cresceu a ideia do autocuidado, as pessoas tendem a buscar tratamentos preventivos, com um número maior de pacientes mais jovens adentrando os consultórios médicos. Pesquisa anual da AAFPRS constatou que 72% dos cirurgiões plásticos viram um aumento na cirurgia estética ou injetáveis em pacientes com menos de 30 anos. “Os pacientes também estão recebendo tratamentos regulares a partir de uma idade mais jovem que impedem procedimentos invasivos a longo prazo”, diz o Dr. Mário. E até a toxina botulínica teve que se adequar, com aplicação de microdoses (Baby Botox) que são indicadas principalmente para tratamentos preventivos. Também há opção em lasers, como Pro Collagen, que dá efeito volumizador extremamente natural, com boa indicação para procedimentos preventivos, e é ainda menos invasivo que os injetáveis. “E tudo isso sem esquecer do autocuidado em casa na nossa rotina skincare, que deve continuar mais forte do que nunca”, finaliza o Dr. Abdo.

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