Abrir um negócio próprio – desejo ou necessidade?

Diante da necessidade financeira, empresária da saúde estética começou com uma clínica e hoje tem mais de 400 unidades em formato de franquia em todo o Brasil

No primeiro trimestre deste ano, 14.205 MEIS (microempreendedores individuais), abriram um negócio voltado às atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza em todo o Brasil, segundo dados divulgados pelo Sebrae. Mesmo em meio à pandemia, os números são expressivos e revelam a necessidade ou desejo de muitos cidadãos em ter o próprio negócio.

Natália Ribeiro Fundadora + Top Estética

A empresária Natália Ribeiro entende muito bem o desejo, mas foi pela necessidade que abriu a primeira clínica de estética. Com quase nada de dinheiro no bolso, ela recorreu a um empréstimo do governo do estado de São Paulo. “O dinheiro foi suficiente para alugar um espaço, comprar uma maca, alguns cosméticos e começar a atender”, conta a empreendedora que, em 2017, transformou a clínica em uma franquia. Hoje já são 410 unidades da “Mais Top Estética” em todo o Brasil e uma em Orlando, nos Estados Unidos.

“Ainda lá no início, quando comecei com a clínica, uma das dificuldades foi estar numa cidade nova, há 900 km longe da minha família e sem dinheiro”, conta Natália, que acrescenta: “Não conhecia ninguém e ninguém me conhecia, além disso, o maior desafio foi o financeiro. Eu precisei me demitir do trabalho pra vir com meu noivo e o salário dele não dava para nos sustentar, foi um caos. Então acredito que o maior desafio foi começar numa cidade nova e sem dinheiro”, lembra ela.

Pra contornar a situação e fazer com que o empreendimento fosse visto, a empresária usou as redes sociais. “Eu não entendia direito de marketing digital, fazia da minha maneira, me virei sozinha nas redes e acredito que foi, sem dúvidas, um dos fatores de sucesso logo no início”.

A aposta na área de estética foi pela proximidade com o setor, pois havia trabalhado por quatro anos em uma clínica de estética. A Gestora Estadual de Beleza do Sebrae-SP, Maísa Blumenfeld, conta que o know-how na área pretendida é bom, mas não obrigatório. “É interessante que a pessoa tenha um diferencial para ingressar no mercado, como oferecer serviços com procedimentos técnicos e sanitários em dia, seguir os protocolos de atendimento. Além do que, é necessário também investir em cursos bons, de referência, para que o negócio seja mais promissor”, afirma.

Conhecimento e estrutura

No Brasil, o Sebrae é referência em consultoria de abertura de novos negócios. O caminho para quem tem esse objetivo é procurar a unidade mais próxima e ouvir as recomendações dos especialistas. “Tem pessoas com muito conhecimento técnico, mas sem perfil para ser investidor e isso precisa ser levado em conta”, diz a gestora. “É preciso saber como empreender, pra isso o Sebrae trabalha a parte comportamental e de gestão do novo negócio, tem toda uma orientação”, reforça.

Natália sabe que uma consultoria faz falta e conta que quando a clínica virou franquia, não tinha condições de investir nesse serviço. “Meu marido e eu fizemos tudo por conta, formatamos toda a burocracia e documentação. Isso levou muito tempo, nos custou muita energia, fizemos muita coisa errada no início, mas era o jeito que a gente tinha.”

Na área de beleza e estética, a gestora do Sebrae lembra que também é importante seguir rigorosamente os protocolos sanitários estabelecidos pelo mercado. “Além disso, o novo investidor precisa estar cercado de informações a respeito do negócio que pretende ter, como por exemplo, saber como vai mantê-lo, qual vai ser a estrutura desse empreendimento, onde vai ser, qual o público, saber quais produtos e insumos vai precisar. É preciso olhar para muitos desses detalhes quando for abrir e gerir um novo negócio”, alerta Maísa.

Ela também explica que, seguindo as orientações, este é um setor de poucas barreiras de mercado. E os números são favoráveis para os novos investidores do ramo, já que o Brasil é o quarto maior mercado consumidor de produtos de beleza do mundo, com crescimento de 2,2% em 2020, período em que a indústria desse mesmo segmento exportou para 174 países.

Natália e o marido tiveram muito trabalho e dificuldades no início, mas não desanimaram. Hoje a rede de franquias dela gera, em média, 2.100 empregos em todo o Brasil. “Agora nossa meta é ser a maior rede de franquias de clínicas de estética do mundo e, pra isso, precisamos no mínimo de 500 unidades vendidas, número que devemos atingir ainda este ano. Depois, nossa intenção é chegar a mil unidades em todo o mundo”, comenta ela, entusiasmada sobre os planos de crescimento da marca.

A empresária ainda faz questão de deixar um recado para quem está de olho num novo negócio. “Se a pessoa for investir numa franquia, eu diria para pesquisar qual é a que tem mais unidades. Quanto mais experiência, mais unidades, quanto maior for a rede, mais sólido é o seu investimento”, orienta.

 

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