Boom dos dermocosméticos naturais: segmento prevê faturamento de R$ 17 bilhões até 2025

Além dos consumidores mais conscientes, mercado se depara com peles cada vez mais alérgicas e sensibilizadas, afirma cofundadora da Kelse, Dra. Katya Jordão Garcia

Por Juliana Franco, E&M

Muito mais que um nicho alternativo, o mercado de cosméticos naturais cresce significativamente em todo o mundo e deslumbra um futuro promissor. Apenas no Brasil, o mercado projeta receita de R$ 17 bilhões até 2025, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria Factor Kline. 

E não são apenas os consumidores mais conscientes que elevam a demanda por dermocosméticos naturais. De acordo com a cofundadora da Kelse Pro Skin Cosméticos Naturais e Veganos, Dra. Katya Jordão Garcia, a crescente de peles mais alérgicas e sensibilizadas também tem atraído a atenção dos clientes. 

“Atualmente temos 30% da população mundial com peles alérgicas ou sensíveis. E o índice tem aumentado devido à poluição, o estresse, a alimentação, ao estilo de vida. Vivemos em um meio muito tóxico e isso tem favorecido as peles a ficarem mais sensíveis ou sensibilizadas”, conta.

Com produtos 100% naturais, orgânicos e sem toxinas, a Kelse nasceu com uma necessidade da filha de Katya, Júlia Jordão Garcia, também cofundadora da marca, que tinha uma pele sensível, com acne. Em um período de estresse, ela desenvolveu uma grave alergia a vários ingredientes sintéticos dos dermocosméticos que usava. “Foi então que dei início a elaboração dos produtos da marca, com ingredientes naturais e veganos. Os primeiros dois dermocosméticos elaborados foram a espuma de limpeza e o hidratante multifuncional, que atualmente são os mais vendidos dentro da Kelse”, revela.

Além disso, uma outra necessidade fez com que Katya criasse e adaptasse novos produtos da marca. Ela trabalhava com mulheres oncológicas, que estavam em tratamento de quimioterapia e tinham peles muito delicadas, que não se adaptavam às moléculas sintéticas dos cosméticos profissionais convencionais.

“Foi aí que comecei a desenvolver produtos e trabalhar profissionalmente com peles hipersensíveis. Foram sete anos de atuação na clínica”, diz Katya.

Hoje, a Kelse conta com uma linha composta por oito dermocosméticos. Para a cofundadora da marca, este é seu grande diferencial. “A Kelse é totalmente dedicada a peles sensíveis e alérgicas. Por isso, temos uma linha inteira com esse foco. Apesar disso, todas as pessoas podem fazer uso dos nossos produtos, pois são indicados para todos os tipos de pele”.

Desafios

Os bons números sustentam o otimismo com que os fabricantes falam do futuro, mas não minimizam os desafios enfrentados pelo setor. Entre eles, o valor de venda maior quando comparado aos produtos tradicionais, não só por usarem matérias-primas mais nobres, mas sobretudo pela pouca disponibilidade dos insumos – grande parte, importado.

“Temos pouca disponibilidade de ingredientes orgânicos no Brasil, o que eleva o preço dos dermocosméticos naturais. Por outro lado, como não tem toxidade, a pele absorve tudo e o resultado é evidente. Aparece de forma rápida”, finaliza Katya.

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