Estar na vanguarda do que há de mais novo no segmento de estética nem sempre é uma tarefa fácil para os gestores e profissionais que atuam em clínicas. A evolução desta indústria que acontece em um ritmo acelerado, impõe novas adaptações em serviços, no marketing, nas comunicações e nas especializações, que devem acompanhar as necessidades do consumidor de beleza e estética.
Para se ter uma ideia, nos próximos cinco anos, o segmento de estética deve seguir tendências em tratamentos que vão desde o “novo masculino” até “beleza e o metaverso”. Segundo um estudo recente intitulado The Future of Aesthetics, da Allergan Aesthetics, apesar do exponencial crescimento, o setor ainda é pouco explorado.
O relatório explica que existe uma lacuna ainda no setor. Segundo os últimos números globais da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em 2020 houve um total de 14,4 milhões de procedimentos não cirúrgicos, mostrando uma brecha significativa para a expansão, tanto na atração de novos pacientes quanto na ampliação da frequência e repertório entre os clientes existentes. Este número deverá atingir o pico de 23 milhões de tratamentos injetáveis não cirúrgicos e 14,6 milhões de procedimentos corporais até 2025.
Por isso, não deixe de conferir as 10 maiores tendências para os próximos cinco anos. Inspire-se e já comece o ano de 2024 com novas ideias.
- Individualidade diversa
Em um mundo cada vez mais diversificado, as pessoas de todas as etnias buscam tratamento estético, pois querem se ver refletidas e representadas. Para aproveitar esta oportunidade crescente, as clínicas devem levar em conta as necessidades da pele e os padrões de envelhecimento de cada etnia, que são únicos, e oferecer tratamentos personalizados.
Por exemplo, métodos e alternativas mais eficazes para tratar a hiperpigmentação em peles de tons mais escuros, como o uso de ácido mandélico, já é considerada uma alternativa mais adequada ao laser, ácido glicólico, hidroquinona e peelings de TCA, que foram criados e testados em pessoas com pele mais clara.
- O novo masculino
A estética masculina está evoluindo em um espectro mais amplo de possibilidades. No futuro, os homens expressarão mais liberdade de escolha quando se trata de sua aparência. Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), apesar dos homens representarem 14,3% do mercado global de procedimentos não invasivos, especialistas do Brasil, Reino Unido e Emirados Árabes, afirmam que os pacientes do sexo masculino representam cerca de 30% ou mais da sua base de clientes. Essa tendência mostra que os homens representarão uma oportunidade crescente para a estética nos próximos anos.
- Beleza inclusiva de gênero
A beleza está abandonando a divisão de gênero para falar com uma só voz a todos. Durante o estudo, identificou-se uma forte tendência para as clínicas se afastarem do marketing de gênero e apostarem em uma abordagem mais independente. Como o caso de uma clínica em Londres que descreve sua abordagem como “As pessoas aproveitam o poder de sua própria beleza”, e usam imagens de homens e mulheres que não se conformam com os ideais hipermasculinos ou hiperfemininos. Isto porque muitos tratamentos são universalmente populares e podem ser comercializados independentemente das linhas de gênero.
- Expressão efêmera
A beleza não é mais rigidamente definida – em vez disso, a criatividade está vindo à tona, pautada pela Geração Z que são mais propensos a aderir a hábitos de consumo com base em recomendações de um influencer no Tik Tok, Youtube ou Instagram. Isto tem se refletido na chamada “estética de baixo comprometimento” ou “tratamento de 24 horas”, com a adoção de tratamentos minimamente invasivos, instantâneos, que não exigem um compromisso de longo prazo e proporcionam efeitos sutis e temporários. Entre estes procedimentos são destacados tratamentos labiais, modelagem do nariz em conjunto com a rinoplastia não cirúrgica.
- Experiências elevadas
Os consumidores leais de estética agora esperam experiências imersivas de 360º, que proporcionem engajamento em todos os pontos de contato. Ambientes mais sofisticados, de luxo e que transmitam calma e relaxamento são tendências emergentes para as clínicas que desejam acompanhar a crescente demanda dos clientes de maior poder aquisitivo.
Experiências que atraiam também os públicos das geração Y e Z oferecendo a estes consumidores ambientes descontraídos e elegantes, apresentam um potencial de crescimento.
Um olhar mais holístico do paciente é apontado como tendência, visto que a saúde mental e a aparência física estão intimamente ligadas. O relatório aponta que os consumidores esperam que os profissionais tenham uma abordagem da aparência e dos tratamentos de maneira holística, em ambientes tranquilos e que proporcionem bem-estar.
- Novas fronteiras do corpo
Embora a estética facial tenha dominado o mercado há muito tempo, profissionais de todo o mundo estão colocando o corpo como a nova fronteira de crescimento e inovação. Dados apresentados no estudo da Allergan mostram que a demanda por procedimentos não invasivos de redução de gordura cresceu globalmente em 21,1% (2019-2020) e deve crescer em 15,2% nos próximos (2020–2025).
A principal razão da popularização destes tipos de procedimentos, tem sido a solução rápida para celulites ou redução de gordura sem cirurgia e tempo de recuperação, por exemplo.
- Estética-ética
A estética deve ser regulada e segura para todos os pacientes. Os profissionais estão focados em impulsionar a indústria para cima, definindo o padrão. A discussão sobre “overtreating” (tratamentos excessivos) ou “overfilling” (excesso de preenchimento) ou “resultados não naturais”, já estão aparecendo em muitas agendas de conferências e deve ganhar cada vez mais holofote.
Isto porque a má prática da estética prejudica pacientes e profissionais respeitáveis, corroendo a confiança de um setor inteiro. Para combater esta problemática, há uma necessidade clara e urgente de educação direcionada para pacientes e profissionais.
- A lente digital
Uma vida vivida através de telas significa que os consumidores são constantemente confrontados com sua própria imagem. De acordo com o levantamento, a chegada da Covid-19 e a necessidade do trabalho e outras atividades online, alavancaram a imagem digital para frente e para o centro. A questão é crucial, pois juntamente com a manipulação já difundida de fotos nas mídias sociais, a comunicação digital muda a percepção dos consumidores de si mesmos e isso se relaciona diretamente com a estética.
Para se ter uma ideia, no Brasil, o que motiva as pessoas de 21 a 35 anos em fazer tratamentos estéticos é “vi uma foto minha e isso me incomodou”, de acordo com pesquisa de 2018 da Allergan Aesthetics, esclarecendo que esse grupo está mais preocupado com a forma como os outros os vêem .
Já para os grupos etários mais velhos, entre 36 e 55 anos e 56 e 75 anos, o principal motivador é “não parecer tão bom quanto poderia” .
Neste contexto, os profissionais com um forte senso de perspectiva serão mais valorizados do que nunca, pois poderão conscientizar os clientes sobre como lentes, filtros e a irrealidade das mídias sociais distorcem a aparência.
- Beleza e o metaverso
As gerações futuras serão nativos virtuais, navegando perfeitamente no meio físico e digital. E para as empresas e marcas do segmento de estética, existem muitas oportunidades de criar narrativas e histórias e, até mesmo, para se envolver na economia virtual.
Alguns cases mostram como isso já está acontecendo. Uma marca brasileira de cosméticos, por exemplo, construiu uma loja pop-up dentro do jogo social 3D Avakin Life, na qual os visitantes podiam interagir com atendentes virtuais e comprar itens com criptomoeda. Outro gigante global da beleza criou um arcade de jogos virtuais no qual os jogadores podem descobrir produtos enquanto coletam pontos de “geração de juventude”.
Segundo o relatório, as “metaclínicas” virtuais poderão fornecer aos clientes a opção de planejar e agendar consultas pagando com criptomoedas; clientes em potencial, poderão contactar sua esteticista do metaverso e carregar seu próprio clone digital para conselhos, entendendo melhor como os tratamentos funcionarão com ele pessoalmente.
- O fim do envelhecimento
Os consumidores estão iniciando tratamentos estéticos mais cedo para retardar os sinais do envelhecimento. Enquanto que, no outro extremo, a ciência aproxima a possibilidade de regenerar as próprias células . O interesse na prevenção e utilização de técnicas que promovam o auto-rejuvenescimento, como usar o próprio tecido celular para rejuvenescer corpo e pele já é uma realidade.
Uma clínica em Londres, na Inglaterra, por exemplo, oferece um tratamento de “tecido superenriquecido”, um composto de células vivas. O tecido adiposo é extraído, depois purificado e posteriormente utilizado para fazer injetáveis personalizados, podendo ser armazenado por cinco anos.
Na outra ponta, os profissionais têm um papel fundamental para educar os consumidores sobre como olhar para o seu próprio padrão de envelhecimento e para os de sua família. Optar por tratamentos menos invasivos que os ajudarão a evitar mais tratamentos complexos mais tarde na vida, é o que se mostra mais viável, segundo o relatório.
Acesse o estudo The Future of Aesthetics completo.
Com informações:
https://media.allergan.com/allerganaesthetics/futures-of-aesthetics/BRAZIL%20Futures%20of%20Aesthetics%20Report%202022.pdf?sf261555143=1 <Acesso em 8/1>